Textos
FILOSOFIA DE NOSSA EXISTÊNCIA
A minha lembrança mais antiga de infância é uma lembrança triste. Foi o dia que meu amigo faleceu.
O Guri estava paralisado, não se mexia e não respirava, não brincava e nunca mais ia brincar comigo.
Eu o chamava, o sacudia, ele não reagia, pois já não passava de um cadáver frio e duro.
Eu na minha tenra infância não entendia o que tinha acontecido.
Percebi que aquele ser pequeno, meu amigo de primeira infância, não estaria mais entre nós.
Entendi naquele instante que aquele gato vira-latas não brincaria mais comigo. Não teria mais as sonecas na tarde junto com ele. Aquele ser de pelagem cinza tigrado não viveria mais entre nós.
A partir daquele momento descobri que a vida é efêmera, um piscar de olhos, um suspiro, um momento pequeno e insignificante perante a imensidão do universo.
Muitas perdas tive mais tarde durante minha vida: outros animais de estimação, amigos, amores, minha mãe; todos tirados de nossa convivência por aquilo que chamamos de morte.
A vida é curta, devemos viver intensamente cada momento, sendo nós humanos ou qualquer outro ser que habita essa nossa morada no qual chamamos de terra.
Pedro Barretho
Enviado por Pedro Barretho em 17/02/2025
Alterado em 08/03/2025